Esta obra
relata a realidade dos operários franceses, nas minas de carvão, no final do
século XIX. A vinda de um novo operário Etienne, muda o cenário nas minas de
carvão. Ele se depara com o velho "Boa Morte", apelido dado ao velho
Vincent Maheu, por ter sobrevivido há 3 acidentes na mina. Este senhor está com
58 anos, sendo que trabalha na mina desde seus 8 anos. "Boa Morte",
tosse muito, tendo sua saúde totalmente debilitada. Toda sua família trabalha
nas minas de carvão, sendo uma "tradição" da família Maheu: o avô do
velho Vincent, Guillaume Maheu, começou com quinze anos; depois seu pai,
Nicolas Maheu, que morrera com quarenta e dois anos soterrado pelas rochas, ele
desde seus oito anos, seu filho Toussaint "Maheu" com sua família
(netos do velho). Etienne se surpreende com o processo da produção, com as
precariedades das condições de trabalho, miséria e exploração. Maheu, um dos
trabalhadores mais antigo e respeitado, consegue vaga para ele, uma vez que uma
operária havia falecido Fleurance. Aqui, todos os membros das famílias
trabalham (das crianças aos idosos), sendo que o número de salários por pessoa
garante o sustento de toda família. Assim, quando alguém morre ou deixa a
família é necessário substituí-la imediatamente, para não baixar a renda familiar.
Na família de Maheu só os pequenos não trabalham (Lénore, 6anos; Henri, 4anos,
Alzire, 9anos, por ser enferma) e sua esposa, a qual fica em casa cuidando de
Estelle, três meses. Os filhos maiores todos descem nas minas: Catherine de 15;
Jealin de 14, e Zacharie de 21 anos. "E a mulher de Maheu continuou a
lamentar-se, cabeça imóvel, fechando os olhos de vez em quando, à triste
claridade da vela. Falou do guarda-comida vazio, das crianças que pediam pão,
do café que faltava, da água que dava cólicas e dos longos dias passados a
enganar a fome com folhas de couve cozidas. (...). .Etienne começa a trabalhar
na Voeux. Ele permanece "cego" com o que está vendo. A mina é formada
por diferentes andares. No total, a profundidade da mina era de quinhentos e
cinqüenta e quatro metros. A exploração do trabalho era continua. As donas de
casa desesperadas por não terem com o que alimentar seus filhos, vão até o
senhor Maigrat, dono de um mercearia, pedirem mais crédito e pão. Voreux faz
parte das treze minas que ficavam ao redor da região de Monstou. Aqui os
operários não sabiam quem eram os donos, porém sabiam que o Sr. Hennebeau era o
diretor geral da Voreux. Já o Sr. Grégoire era acionista e herdara do seu
bisavô a mina Piolaine, sendo que seu primo, o Sr. Deneulin era o diretor
desta. Estes três senhores estavam preocupados com as notícias da economia e da
política, as quais estavam afetando seus negócios e com a provável greve que se
anunciara.
Os operários
eram multados se não fizessem um "bom" escoronamento. Os salários
haviam sido diminuídos pela nova crise (América havia suspendido seus pedidos
de ferro). Os operários, incentivados por Etienne começam a fazer o fundo de
reserva, sendo que cada operário deve dar 20 soldos por mês de seu salário.
Assim, eles decidem pela greve. Após uma delegação de operários foi ter com o
Sr. Hennebeau, dispostos a colocarem suas situações de miséria e fome e pedir
aumento de salários. Este coloca que a situação da Voeux não é boa. "Quase
metade das sociedades carboníferas da França estão quebrando... O que vem a ser
uma estupidez acusar de crueldade as que continuam abertas. Quando seus
operários sofrem, elas também sofrem. Ou acredita que a companhia não tem a
perder quanto vocês com a crise atual? Não é ela que determina o salário; está
apenas obedecendo à concorrência, sob pena de ruína. Culpem os fatos, não a
companhia. Mas vocês não querem ouvir, não querem compreender, essa é a
verdade!" . A greve começa a se alastrar por toda a região. Os operários
vão de mina em mina pedir que os "camaradas" se juntem na greve
geral. Porém, a fome começa a ficar cada vez maior. O dinheiro da reserva só
havia durado para dois dias de pão. Quatro mil francos haviam sido enviados de
Londres pela Internacional, porém também só garantiu mais um ou dois dias de
pão. A situação se agrava, pois a companhia ameaçava despedir e a contratar
operários na Bélgica. Os operários se juntam numa reunião para decidir o futuro
da greve. Alguns trabalhadores esfomeados queriam voltar ao trabalho, já outros
preferiam continuar em greve e, se for preciso, morrerem pela causa. Os
operários grevistas partem às minas que haviam sido ocupadas novamente.
Chegando a cada uma destas minas, houve destruição de tudo que se podia ter a
sua frente. Paravam as bombas de água, os elevadores, derrubavam as vagonetes.
Os traidores eram vaiados pela multidão! O "Germinal", nos mostra a
situação de miséria em que se encontravam os mineiros franceses; as relações
entre os operários e as máquinas; entre capitalistas e operários; as greves e o
sindicalismo; as necessidades humanas em contraste com as necessidades
materiais.
Muito obrigado! Esse resumo foi muito importante para o meu tb.
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